JÓ OU JONAS: COM QUEM VOCÊ SE PARECE?
Com certeza os dois personagens acima estão entre os mais conhecidos das histórias bíblicas. Jó, pela sua paciência; e Jonas, por sua desobediência. Acredito que ambos eram servos do Senhor, porém, com características bem diferentes.
Jonas era filho de Amitai, de Gate-Hefer, e profetizou durante o reinado de Jeroboão II, de Israel (2 Reis 14:23-25). No livro que tem o seu nome, lemos que Deus ordenou a Jonas que fosse pregar em Nínive, a capital do império da Assíria, nação inimiga de Israel.
Nínive era uma cidade grande, idólatra e cruel. Essas características incomodavam profundamente a Jonas, e baseado nisso, o profeta decidiu que tinha razões suficientes para não obedecer a Deus, e optou por fugir para Társis, que ficava a milhares de quilômetros de Nínive.
Mas Deus havia estabelecido que Jonas iria para Nínive. E como o Senhor afirma: “agindo eu, quem o impedirá? (Isaías 43:13). Assim, de uma forma sobrenatural, Deus usa seu poder sobre a natureza, e faz com que Jonas chegue ao destino estabelecido, e pregue. E nunca, em toda a história da humanidade, tantas pessoas se convertem em tão pouco tempo, deixando clara a mensagem do livro: “Ao Senhor pertence a salvação”.
Entretanto, “Com isso, desgostou-se Jonas extremamente e ficou irado” (Jn 4.1). Jonas queria que as coisas fossem de acordo com o seu próprio conceito de justiça, e não conforme a misericórdia e bondade de Deus.
Por outro lado, temos Jó, cuja história está no livro que leva o seu nome. E justamente por ser “homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal” (Jó 1:1), o Senhor traz sobre Jó, as mais duras provas que um homem possa suportar: “perda de todos os filhos, de todos os bens, e da própria saúde.
Jó fica confuso, não entende o porquê de tanto sofrimento, questiona a Deus a respeito do que está passando. Lemos, entretanto, que “Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios” (Jó 2:10). Mesmo sem entender nada, Jó segue firme em sua fé no Senhor.
Os amigos de Jó chegam, fazem uma série de questionamentos, querendo que ele confessasse os pecados que teria cometido. Mesmo com boas intenções, esses amigos mais atrapalham do que ajudam. Diante de tantas acusações, Jó permanece em sua confiança em Deus.
Todas as provações que sofreu, fizeram com que a fé de Jó no Senhor se fortalecesse, e por fim, ele diz: “Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado. Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem” (Jó 42:2;5).
Acredito que nós estejamos mais parecidos com Jonas do que com Jó. Nosso pecado nos faz querer que tudo aconteça de acordo com os nossos critérios e desejos. Entretanto, precisamos, como Jó, aprender a obedecer ao nosso Senhor, e nos alegrarmos nisso, independentemente dos resultados.
PASTOR MÁRIO ALCOFORADO
